Isenção. Rigor. Inteligência. Aonde?! Aonde?!

what is this?

Tell me when this blog is updated. . .

16 março 2006

EDITORIAL

O que é uma OPA hostil ?

Caros leitores,

Muita desinformação reina por aí quanto às OPA's. O conceito "OPA hostil" é como o conceito "Sporting campeão": toda a gente fala nisso, mas ninguém consegue visualizar o que é.
Uns acham que a OPA é hostil quando se oferece pouco dinheiro; outros acham que a OPA é quando um dos advogados é o Dr. Dias Ferreira; outros acham que a OPA é uma boa alternativa ao Aeroporto da Portela.
Nada disso, meus amigos: a OPA da Sonae sobre a PT é hostil porque vai contra os desígnios do verdadeiro Portugal.

Para começar, o Eng. Paulo Azevedo não é sequer um modelo de empresário português. Um empresário-português-modelo não pega em 11 mil milhões de euros e compra uma mísera companhia telefónica. Um empresário-português-modelo pega em 11 mil milhões de euros e monta um café.
Melhor: com 11 mil milhões de euros faz um restaurante, e com esplanada!
Depois, Paulo Azevedo é um empresário muito apressado: ainda agora estamos em Março e já lançou uma OPA. Isto não é uma OPA à portuguesa, senhores da Sonaecom. Com todo o respeito, deixem-me que vos elucide com um plano de trabalho à portuguesa:

Como lançar uma OPA em 2006:
Fevereiro:
Alguém tem uma brilhante ideia sobre uma OPA. Era capaz de ser giro
Abril: Primeira reunião sobre o tema, onde se estabelece o grupo de trabalho que vai começar em Maio.
Junho – Setembro: Os membros do grupo tiram férias alternadas. “O grupo só funciona quando estão cá todos”, refere o responsável pelo projecto.
Outubro: Nasce o primeiro powerpoint denominado “O que é uma OPA? Desafios para o futuro”
Novembro: Notam-se os primeiros sinais de alguma apreensão, pois em Dezembro há dois feriados e a partir do dia 15 entra-se em período de Natal
Dezembro: A equipa reúne e o responsável conclui: “Bom, alguém se atrasou aqui, pá. Vamos pensar nisto com mais calma e fica nos objectivos para 2007, ok?”
Janeiro - Março 2007: A equipa reúne quinzenalmente para encontrar o culpado pelo atraso.

Ainda para mais, Portugal é um país de sólidos costumes. E nunca, neste país, o soberano e culto povo português vai entregar património do Estado a uma pessoa que só tem um apelido, ainda por cima sem duas consoantes seguidas. Haja respeito pela nossa História, Eng. Azevedo!


A Direcção