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26 abril 2006

Especial 25 de Abril - CRONICA

O 25 de Abril faz 32 anos! Como o tempo passa!
Ainda ontem Salazar censurava a liberdade de expressão, e hoje Freitas do Amaral quase nos deixa fazer cartoons. Ah, vida boa!

Só não percebi qual foi a ideia de não passarem o “Capitães de Abril”.
Para mim, o "Capitães de Abril" está para a Revolução como a "Música no Coração" está para o Natal. É uma homenagem àquela que é, a par do bacalhau, do fado e do futebol, a grande imagem de marca nacional: a chaimite.
"Capitães de Abril" é uma película que congrega bons actores portugueses como Maria de Medeiros, e razoáveis actores estrangeiros como Joaquim d'Almeida. Um filme de super acção e efeitos especiais com muito humor, como aquele em que o tanque vem para Lisboa a 30 à hora e avaria a caminho da Revolução. Ah ah ah!
Como se isso pudesse acontecer no país dos submarinos...

O estranho destes aniversários é que se percebe que o 25 de Abril é a entidade mais importante em Portugal, mais até que Amália, Jesus Cristo, ou mesmo o Benfica.
Por exemplo, toda a gente sabe que o 25 de Abril faz 32 anos, mas não me lembro de ninguém ter dado os parabéns à Igreja Católica porque Jesus Cristo fez 2005 anos no Natal.
Na altura até fiquei deveras indignado, mas depois vieram as presidenciais e percebi que os portugueses não tinham um problema com Jesus Cristo em particular, mas com os indivíduos centenários em geral.

Além disso, todos sabemos que 25 de Abril é “25 de Abril sempre!”, ao passo que “Natal é quando o homem quiser”, o que na maioria dos lares portugueses é pouco, porque o homem passa a vida a dizer “Lavar a louça?! Deves pensar que é Natal!”
(Desaconselha-se desde já a terem amigos comunistas que tenham nascido a 25 de Abril. Eu tenho um que acha que lhe devo quase 9.500 prendas desde 1980).

Ainda há gente que diz “Pois, mas Jesus Cristo não é celebrado só no Natal, ainda tem a sexta-feira santa, o sábado de aleluia e o domingo de Páscoa”. Pois.
E o 25 de Abril tem os três dias da Festa do Avante.


Mesmo 32 anos depois, em que evoluímos da "Geração dos cravos" para a "Geração dos kravas", todos reconhecem os motivos porque se deseja que seja 25 de Abril sempre:
1. Porque amanhã é dia de trabalho;
2. Porque só tenho férias em Agosto e no Natal e um diazinho a meio cai como ginjas;
3. Porque se vêem deputados na Assembleia;
4. Porque é o dia em que todo o país fala da liberdade e democracia em Portugal, excepto o Telmo Correia que fala do Irão;
5. Porque é das poucas épocas festivas em que não vemos cenários como Alberto João Jardim vestido de baiana, Alberto João Jardim de cuecas, ou ainda mais ridículo e deprimente, Alberto João Jardim a falar.

Dessa importância, niguém tem dúvidas, e é por isso que me associo a esta ideia:
"25 de abril sempre(*)! Mesmo nos anos bissextos!"


(*) Excepto no Natal, que eu gosto das prendas.
E na Páscoa, e na Páscoa...
E no Carnaval, eu gosto do Carnaval.
E na época balnear, que as miúdas de bikini, ui, ui...
E no Ano Novo.
E na apanha do tomate.
E no meu dia de anos.


CGA